Act 13,22-26
Deus elevou David como rei, e a seu respeito deu este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades.’Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus. João preparou a sua vinda, anunciando um baptismo de penitência a todo o povo de Israel. Quase a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas vem, depois de mim, alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.’ Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação.
3ª Leitura - Do Evangelho de LucasLc 1,57-66.80
Chegou o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela. Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há-de chamar-se João.» Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.» Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João.»E todos se admiraram.Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus.O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos.Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.Entretanto, o menino crescia, o seu espírito robustecia-se, e vivia em lugares desertos, até ao dia da sua apresentação a Israel.
Comentário às Leituras
"CARTA A JOÃO BAPTISTA"
V. N. de Gaia, 24 de Junho de 2007
Amigo João Baptista, gosto de ti.Gosto de ti como gosto de todos aqueles que estão dispostos a assumir até à morte as consequências da Verdade que amam e anunciam. Por isso te admiro, porque não viraste a cara à Verdade mesmo quando ela se tornou prisão, mesmo quando Herodes te pôs olhos nos olhos com a morte.Eras forte, bom, verdadeiro, admirável, mas não estavas ainda preparado para acolher um Messias tão Inesperado como Jesus de Nazaré. Reconheceste que ele era o Esperado, anunciaste-o, apontaste-o… mas não contavas que ele fosse tão Inesperado…Não era assim que tu o tinhas anunciado: “O machado já está posto à raiz da árvore, e todo aquele que não dá fruto será cortado e lançado fora. Depois de mim virá aquele que tem toda a autoridade. Já empunha a pá para limpar a eira: recolherá o trigo no celeiro, e queimará a palha num fogo que não se apaga…” (Mt 3, 10-12)Anunciavas o Messias que viria realizar o Dia da Ira de Deus anunciado pelos profetas antigos, dia em que Deus destruiria todo o pecado pela morte dos pecadores, dia em que purificaria a Humanidade aniquilando todos os impuros. Era assim que todos os judeus esperavam o Messias. Também tu…E Jesus percorria os caminhos poeirentos da Palestina anunciando a Boa Notícia de um Deus que não é senão Amor, infinito poder de Perdão e Recriação dos corações adormecidos na tristeza e na angústia.Revelava nos seus gestos e palavras libertadoras uma inesperada intimidade com todos os pecadores e impuros. Levantava a voz e apontava o dedo, com acusações proféticas, a todos os que se consideravam perfeitos e puros, os que faziam do Templo a sua segunda casa, mas cujo coração não era casa onde Deus pudesse habitar.Jesus, o Messias Diferente…O Esperado Inesperado…Tão inesperado, querido amigo João, que até tu começaste a duvidar… e mandaste perguntar-lhe: “Mas, afinal, és tu ou não o que esperávamos? Quando começas a libertação anunciada por Deus no Seu Messias?” (Mt 11, 3)E lembras-te, João, do que Jesus te respondeu?...“Ide dizer a João, meu grande amigo:Deus ama infinitamente a Humanidade, e é-Lhe impossível ficar indiferente ao pecado, porque a corrói por dentro e a bloqueia de ser o que está chamada a ser. Mas o coração de Deus vê mais longe e mais fundo que o dos Homens. Para destruir o pecado, Deus não destrói o pecador; antes, o recria! O pecado é destruído pela Recriação interior do pecador por acção do Espírito Santo. O Espírito Santo é o Amor de Deus que vai ser derramado no coração de toda a Humanidade na minha Ressurreição.João, por fidelidade à Verdade, aqueles que te prenderam e estão a pensar matar-te, também me matarão a mim. É impossível que não o façam… a Verdade é provocadora demais para eles não a calarem. E, no confronto directo, a Verdade está sempre do lado mais frágil, porque não se impõe pela força. Mas, no fim, acaba sempre por ganhar, não é?...João, tens razão no que anuncias. O Messias veio para purificar e recriar a Humanidade, menina dos olhos de Deus. Mas, porque Deus é Amor, a Purificação acontece no coração dos Homens pela sua capacidade de acolher e fazer Perdão. O caminho não é destruir…Porque Deus é Amor, a Recriação acontece no coração dos Homens que forem fiéis aos apelos discretos do Espírito Santo que receberão na minha Ressurreição. O caminho não é castigar…Amigo João, quem dera que entendas de verdade o que te digo…Quem dera que limpes da tua cabeça e das tuas palavras essas imagens de Messias que Deus não me pede para ser. Conseguirás?... Sei que o teu coração é fiel ao Bom Deus, por isso acredito que serás capaz de compreender que o Messias Esperado dos judeus está a acontecer na história dos Homens como o Messias Inesperado de Deus. E Deus é Amor. Por isso, João, não serei senão Palavra libertadora do Amor e Acção recriadora do Amor para todos, principalmente os impuros e pecadores, os mais pequenos, que costumam ser os mais disponíveis…”Lembras-te, João, daquele dia em que Jesus te disse estas coisas todas?
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Naqueles dias, disse o Senhor a Elias: "Ungirás Eliseu, filho de Chafat, de Abel-Meolá, como profeta em teu lugar."Elias partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Chafat, que andava a lavrar com doze juntas de bois diante dele; ele próprio conduzia a duodécima junta. Elias aproximou-se e lançou o seu manto sobre ele. Eliseu deixou logo os seus bois, correu atrás de Elias e disse-lhe: «Deixa-me ir beijar meu pai e minha mãe, que depois te seguirei.» Elias disse: «Vai, mas volta, pois sabes o que te fiz.» Eliseu, deixando Elias, tomou uma junta de bois e imolou-os. Com a lenha do arado cozeu as carnes, dando-as depois a comer à sua gente. Em seguida, pôs-se a caminho e seguiu Elias para o servir.
2ª Leitura - Da Carta de Paulo aos GálatasGl 5,1.13-18
Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão.Irmãos, de facto, foi para a liberdade que vós fostes chamados. Só que não deveis deixar que essa liberdade se torne numa ocasião para os vossos apetites carnais. Pelo contrário: pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra:Ama o teu próximo como a ti mesmo. Mas, se vos mordeis e devorais uns aos outros, cuidado, não sejais consumidos uns pelos outros.Mas eu digo-vos: caminhai no Espírito, e não realizareis os apetites carnais. Porque a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito, o que é contrário à carne; são, de facto, realidades que estão em conflito uma com a outra, de tal modo que aquilo que quereis, não o fazeis. Ora, se sois conduzidos pelo Espírito, não estais sob o domínio da Lei.
3ª Leitura - Do Evangelho de LucasLc 9,51-62
Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?» Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. E foram para outra povoação.Enquanto iam a caminho, disse-lhe alguém: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.» Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.» Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus.»
Comentário às Leituras
"Chamados à Liberdade!"
1. O “tema” que une a primeira leitura e o evangelho de hoje é o Seguimento. A segunda leitura aponta-lhe o horizonte máximo: somos chamados para a Liberdade.O Profeta Elias é enviado por Deus a “passar o testemunho” a Eliseu. O contexto é importante: Elias andava fugido por meda da Rainha Jezabel que o perseguia por ele condenar a idolatria. Estava numa gruta, sozinho, e orava a Deus: “Senhor, os israelitas abandonaram a tua Aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus profetas. Só resto eu, e também me querem matar a mim!” (1Rs 19, 10) Deus então propôs um desafio ao Elias: descobrir quando Ele passasse… Apareceu um fogo fortíssimo, sucederam-se rajadas de vento, depois outros fenómenos grandiosos… mas o Senhor não estava em nada disso. Por fim, Elias sentiu uma brisa suave, discreta, e percebeu que era o Senhor que passava! Saiu da gruta e, então, Deus enviou-o até Eliseu. Este era o seu segredo, este seria o segredo de Eliseu e de todos os Profetas da História: aprender a discernir os modos serenos da presença de Deus e os sinais discretos da Sua acção…De uma maneira muito bonita é-nos anunciado que Deus continua sempre presente no mais íntimo da história do Seu povo, mas não com o jeito dos poderosos dos reinos à nossa moda. Um sinal claro desta presença é nunca se extinguir a linhagem profética no desenrolar da história…2. Jesus de Nazaré assume-se desde o início da sua missão como herdeiro desta linhagem. Os evangelistas anunciam-no, depois da experiência pascal, não só como membro da linhagem profética do seu povo mas como ponto-de-chegada de todas as profecias. No pedaço de evangelho de hoje, Jesus convida ao seu seguimento. Numa linguagem muito “pão-pão, queijo-queijo”, Jesus não dá lugar ao “nim”: “Seja este o vosso modo de falar: sim, sim; não, não! O que for além disto procede do maligno” (Mt 5, 37)Tudo começa com o acontecimento da rejeição na Samaria e na reacção dos irmãos Tiago e João. Revela bem a dificuldade que os discípulos [em todos os tempos!] têm de entrar em sintonia com o querer do Mestre. O Reino de Deus, à nossa moda, seria em tudo parecido com um Reino de David!Depois, o evangelista Lucas condensa algumas frases de Jesus no contexto do chamamento. É uma linguagem sem concessões e sem “mas”… O chamamento para a aventura do Reino de Deus exige uma disponibilidade que não se racionaliza nem procura outras garantias senão a credibilidade daquele que chama!O evangelista é muito inteligente no modo como nos ajuda a actualizar esta experiência: não narra nenhuma resposta! Os convites estão todos ainda em aberto… Tudo isto é para nós, hoje, são provocações para nós e convites aos quais não podemos fugir. Este diálogo de Jesus ainda não está encerrado, mas permanece aberto, à espera de respostas…Jesus chama-nos à construção de uma história de amizade com ele na qual o Reino de Deus e o Deus deste Reino se vão tornando questões primeiras na nossa vida! Jesus bem dizia “Muitos são os chamados, poucos os escolhidos”… Porque entre o chamamento e a eleição está a nossa própria disponibilidade. Se acolhemos o chamamento com disponibilidade, criamos em nós as condições para sermos escolhidos, ou seja, para nos tornarmos instrumentos do Espírito na difusão do Reino de Deus.3. O Apóstolo Paulo sintetiza tudo isto num apelo incansável à Liberdade no Espírito, centro do Evangelho de Jesus. “Foi para a Liberdade que Cristo vos libertou! Por isso permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão", isto é, à Lei judaica. Hoje, nenhum de nós precisa de libertar-se da Lei judaica, mas ainda há muitos “judaísmos” e “legalismos” nas nossas comunidades, na nossa linguagem da Fé, nos critérios de aceitação e rejeição à Refeição da Eucaristia…E também no nosso íntimo. O pecado – o que é contrário ao Amor – é a dimensão da escravidão no nosso íntimo. Essas escravidões têm a forma de medos, rancores, inseguranças, impulsos vingativos, indiferença…Este “combate interior” entre o Homem Novo que quer emergir sempre mais à medida de Jesus e o Homem Velho que não aceita facilmente ir morrendo é o que Paulo diz com o dualismo “Espírito e Carne”, com desejos contrários. “Mas se vos deixais guiar pelo Espírito, sois livres!”
2ª Leitura - Da Carta de Paulo aos GálatasGl 5,1.13-18
Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão.Irmãos, de facto, foi para a liberdade que vós fostes chamados. Só que não deveis deixar que essa liberdade se torne numa ocasião para os vossos apetites carnais. Pelo contrário: pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra:Ama o teu próximo como a ti mesmo. Mas, se vos mordeis e devorais uns aos outros, cuidado, não sejais consumidos uns pelos outros.Mas eu digo-vos: caminhai no Espírito, e não realizareis os apetites carnais. Porque a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito, o que é contrário à carne; são, de facto, realidades que estão em conflito uma com a outra, de tal modo que aquilo que quereis, não o fazeis. Ora, se sois conduzidos pelo Espírito, não estais sob o domínio da Lei.
3ª Leitura - Do Evangelho de LucasLc 9,51-62
Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?» Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os. E foram para outra povoação.Enquanto iam a caminho, disse-lhe alguém: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.» Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.» Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus.»
Comentário às Leituras
"Chamados à Liberdade!"
1. O “tema” que une a primeira leitura e o evangelho de hoje é o Seguimento. A segunda leitura aponta-lhe o horizonte máximo: somos chamados para a Liberdade.O Profeta Elias é enviado por Deus a “passar o testemunho” a Eliseu. O contexto é importante: Elias andava fugido por meda da Rainha Jezabel que o perseguia por ele condenar a idolatria. Estava numa gruta, sozinho, e orava a Deus: “Senhor, os israelitas abandonaram a tua Aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus profetas. Só resto eu, e também me querem matar a mim!” (1Rs 19, 10) Deus então propôs um desafio ao Elias: descobrir quando Ele passasse… Apareceu um fogo fortíssimo, sucederam-se rajadas de vento, depois outros fenómenos grandiosos… mas o Senhor não estava em nada disso. Por fim, Elias sentiu uma brisa suave, discreta, e percebeu que era o Senhor que passava! Saiu da gruta e, então, Deus enviou-o até Eliseu. Este era o seu segredo, este seria o segredo de Eliseu e de todos os Profetas da História: aprender a discernir os modos serenos da presença de Deus e os sinais discretos da Sua acção…De uma maneira muito bonita é-nos anunciado que Deus continua sempre presente no mais íntimo da história do Seu povo, mas não com o jeito dos poderosos dos reinos à nossa moda. Um sinal claro desta presença é nunca se extinguir a linhagem profética no desenrolar da história…2. Jesus de Nazaré assume-se desde o início da sua missão como herdeiro desta linhagem. Os evangelistas anunciam-no, depois da experiência pascal, não só como membro da linhagem profética do seu povo mas como ponto-de-chegada de todas as profecias. No pedaço de evangelho de hoje, Jesus convida ao seu seguimento. Numa linguagem muito “pão-pão, queijo-queijo”, Jesus não dá lugar ao “nim”: “Seja este o vosso modo de falar: sim, sim; não, não! O que for além disto procede do maligno” (Mt 5, 37)Tudo começa com o acontecimento da rejeição na Samaria e na reacção dos irmãos Tiago e João. Revela bem a dificuldade que os discípulos [em todos os tempos!] têm de entrar em sintonia com o querer do Mestre. O Reino de Deus, à nossa moda, seria em tudo parecido com um Reino de David!Depois, o evangelista Lucas condensa algumas frases de Jesus no contexto do chamamento. É uma linguagem sem concessões e sem “mas”… O chamamento para a aventura do Reino de Deus exige uma disponibilidade que não se racionaliza nem procura outras garantias senão a credibilidade daquele que chama!O evangelista é muito inteligente no modo como nos ajuda a actualizar esta experiência: não narra nenhuma resposta! Os convites estão todos ainda em aberto… Tudo isto é para nós, hoje, são provocações para nós e convites aos quais não podemos fugir. Este diálogo de Jesus ainda não está encerrado, mas permanece aberto, à espera de respostas…Jesus chama-nos à construção de uma história de amizade com ele na qual o Reino de Deus e o Deus deste Reino se vão tornando questões primeiras na nossa vida! Jesus bem dizia “Muitos são os chamados, poucos os escolhidos”… Porque entre o chamamento e a eleição está a nossa própria disponibilidade. Se acolhemos o chamamento com disponibilidade, criamos em nós as condições para sermos escolhidos, ou seja, para nos tornarmos instrumentos do Espírito na difusão do Reino de Deus.3. O Apóstolo Paulo sintetiza tudo isto num apelo incansável à Liberdade no Espírito, centro do Evangelho de Jesus. “Foi para a Liberdade que Cristo vos libertou! Por isso permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão", isto é, à Lei judaica. Hoje, nenhum de nós precisa de libertar-se da Lei judaica, mas ainda há muitos “judaísmos” e “legalismos” nas nossas comunidades, na nossa linguagem da Fé, nos critérios de aceitação e rejeição à Refeição da Eucaristia…E também no nosso íntimo. O pecado – o que é contrário ao Amor – é a dimensão da escravidão no nosso íntimo. Essas escravidões têm a forma de medos, rancores, inseguranças, impulsos vingativos, indiferença…Este “combate interior” entre o Homem Novo que quer emergir sempre mais à medida de Jesus e o Homem Velho que não aceita facilmente ir morrendo é o que Paulo diz com o dualismo “Espírito e Carne”, com desejos contrários. “Mas se vos deixais guiar pelo Espírito, sois livres!”
elias
: Elias andava fugido por meda da Rainha Jezabel que o perseguia por ele condenar a idolatria. Estava numa gruta, sozinho, e orava a Deus: “Senhor, os israelitas abandonaram a tua Aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus profetas. Só resto eu, e também me querem matar a mim!” (1Rs 19, 10) Deus então propôs um desafio ao Elias: descobrir quando Ele passasse… Apareceu um fogo fortíssimo, sucederam-se rajadas de vento, depois outros fenómenos grandiosos… mas o Senhor não estava em nada disso. Por fim, Elias sentiu uma brisa suave, discreta, e percebeu que era o Senhor que passava! Saiu da gruta e, então, Deus enviou-o até Eliseu.
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