domingo, 7 de dezembro de 2008

No estrugir da trombeta, os últimos dias têm sido um alavancar de números de uma profecia que não mente jamais: “as portas do inferno não prevalecerão”, (Mt 16.18b) justificativa honrosa para tal crescimento, porém a dimensão dessa ascensão trouxe em si muitas implicações, contradições e conflitos, mesmo que na boa intenção de comunicar, estejamos indo sem ensinar, reunindo sem ir e sendo na contramão do ser sem ser, então o que está acontecendo com o ide?
Num dos maiores momentos de ascensão da igreja, nunca se teve um cenário tão propício para se divulgar o nome de Cristo e o seu Evangelho. O número de templos, o seu tamanho e arquitetura desenhada quase que exclusivamente para uma platéia cada vez mais exigente ou mesmo pela justificativa de que nunca se viu tanta gente se render aos pés de Cristo, motivo maior para aumentar as instalações. Por outro lado, além do número crescente de igrejas, as músicas executadas de acordo com o grupo e, claro, a pregação da Palavra cheia da unção de Deus ou das malícias dos cursos de oratória prontas para emocionar os ouvintes sem causar nenhuma transformação para dentro do ser.
Após a descida do Espírito Santo, nosso consolador, tudo mudou, os mesmos homens os quais seguiam Jesus, até mesmo os apóstolos mais chegados tiveram suas vidas interiores modificadas, pois antes eles iam ao ide, porém cheios de intenções, dúvidas, receios e disputas por cargos. Em contrapartida, um dos amigos íntimos do mestre foi sincero ou intencionado ao dizer: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que ganharemos?” (Mt 19.27) provando que entre esse Pedro ao lado de Jesus o tempo todo, mas preocupado ainda com as coisas daqui, agora depois de provar do Espírito Santo o mesmo profere: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. (Atos 3.6) Há dois ides aqui, todos dois seguindo seu trajeto natural de ir, porém as intenções são diferentes, as preocupações e objetivos olham para lados opostos, motivos pelos quais explicam o inchaço, o sal insípido, a luz debaixo da mesa, portanto dependendo do ide, o pregai pode sair pela culatra.
Qual será o nosso ide, sim qual será? Permita-me uma pergunta e só responda para Deus: qual é o seu ide?
Quando observamos a transformação em todas as pessoas as quais se preencheram do verdadeiro mover do espírito, o solo seguro da graça passou a ser a única estrada para levar esse ide, não mais as estradas que levavam ao topo do conhecimento de Deus (teologia), num Nicodemos sábio por fora, seguidor de todas as leis e regras comportamentais as quais o deixavam quite diante do grupo religioso, mas sem saber e provar o mais simples: o novo nascimento; não mais as estradas do ibope, nem mesmo as estradas da manipulação de um ide aberto em cada esquina com suas contradições e meninices teológicas, nem os ide – vindo que cansados de ir ficaram dentro das quatro paredes no apoteótico desfile de top – ovelhas, destilando novos modismos, egoísmo e as mesmas preocupações do velho – homem – Pedro: o que ganharemos?
Por outro lado essa mesma estrada, proporcionada pelo Espírito Santo a qual fez Pedro utilizar o discurso mais simples que uma platéia pode experimentar e quase três mil almas se agregaram e receberam a Palavra de bom grado, simplesmente por eles estarem preenchidos do Espírito Santo e juntos creram e tinham tudo em comum, (Atos 2.42-47) razão pela qual a igreja caiu na graça de todo o povo. Com isso percebemos algo indiscutível: O ide com o Espírito Santo retira nossas velhas intenções e nos dá uma só intenção, vai, como disse o senhor a Jeremias: “Eis que na tua boca ponho as minhas palavras, pois eu velo sobre elas para cumprir”; ainda que pelejem contra ti, ainda que leis sejam forjadas para fechar os teus templos e calar a tua voz é e somente é através da ação do Espírito Santo de Deus que esse ide terá efeito, pois a mão do senhor não está encolhida para que não se possa salvar, por esse motivo Pedro e muitos até hoje têm sido modificados lá dentro por Deus para alcançar tal mérito.
Nessa mesma estrada sem a atuação do Espírito Santo dentro do homem, o ide alcança vidas, toca as pessoas na pele, emociona sem alcançar a divisão do espírito, faz crescer a igreja em números, porém mantém um povo caminhando obeso, sem a marca e os frutos que o identifica como discípulo do mestre, porém com sua própria grife e identidade. Sim, é nessa mesma estrada que o ide se faz ou nós fazemos o ide, é na estrada da vida o diferencial, mas a vida se ainda cheia do velho homem vociferando lá dentro, mas todo santo por fora danifica esse verbo e o transforma em obrigação, quando cheio e revestido do Espírito Santo, com a cara e o sotaque do mestre Jesus, faz ele ser não uma ordem, mas um prazer.

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